Sunk cost (custo afundado)

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Sunk cost é um termo econômico que significa custos irrecuperáveis. Ou seja, ele corresponde a uma despesa já paga em determinado serviço ou projeto que não pode ser recuperada.

QUESTÃO CERTA: Uma companhia, que produz prensas industriais, possui 200 peças obsoletas em seu estoque, sem possibilidade de aproveitamento interno na empresa. O gerente de produção descobre que o único mercado que aceita comprar essas peças é o de ferro-velho. Sabendo-se que a única oferta recebida para o total das peças foi de R$ 50.000,00 e que o custo de estoque das peças, registrado na contabilidade, é de R$ 80.000,00, qual seria a melhor decisão financeira a ser tomada pela empresa, nesse caso específico? Vender as peças, pois o custo de estoque é um custo afundado.

Já que não existe aproveitamento e ainda gera custo de estoque, se deve vender as peças. Nesse caso, o custo de estoque é um custo afundado (um custo irrecuperável, um custo que não trará retorno)

QUESTÃO CERTA: O valor investido na aquisição de um equipamento industrial deixa de ser uma informação útil para fins de decisão gerencial tão logo seja concretizada a sua aquisição.

QUESTÃO ERRADA: O gasto na ampliação de uma planta industrial é informação relevante para fins de decisão gerencial, mesmo que já tenha sido efetuado.

Os custos históricos são chamados de irrecuperáveis por não terem relevância em decisões na medida em que, como são irrecuperáveis, já ocorreram, já passaram e não podem ser modificados em relação ao futuro.

Custo irrecuperável (sunk cost) é o custo que já ocorreu e que não pode ser alterado por qualquer decisão de agora ou do futuro. Como os custos irrecuperáveis não podem ser modificados por qualquer decisão, eles não são custos diferenciais e, portanto, podem e devem ser ignorados ao se tomar uma decisão. (GARRISON e NOREEN, 2001, p. 40)

Se tiver ocorrido –> já era, nada poderá ser feito e não vale a pena quebrar a cabeça com ele, pois não é possível voltar no tempo.

Se ainda não ocorreu -> ainda dá para tomar uma decisão em relação a ele.

Os custos históricos como um custo irrecuperável “são os custos registrados contabilmente. São os custos realmente incorridos. Em outras palavras, são os custos objetivos porque não sofrem nenhuma influência de julgamentos subjetivos”. (LEONE, 2000b, p. 68).

Esse custo também foi chamado pelo autor como custo empatado. Para Leone (2000b, p. 79), um custo empatado “é sempre um custo histórico. Por isso mesmo, em muitas decisões, é um custo irrelevante para a tomada de decisão. Por exemplo, na venda ou substituição de um bem, seu custo histórico é irrelevante”.

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Outro exemplo é o de custo fixo, já que este não se altera, em determinados intervalos relevantes, podendo ser considerado custo empatado e, portanto, irrelevante para a tomada de decisão. Um outro exemplo de custo irrecuperável é o de aquisição de um ativo imobilizado, pois sua aquisição não interferirá em futuras decisões.

Porém, o gerente deverá ter atenção ao analisar custos fixos, pois estes podem não ser irrecuperáveis em determinadas situações. Jiambalvo (2002) mostra que os custos fixos podem ser irrecuperáveis (passados) e, assim, irrelevantes, cita-se como exemplo, a depreciação de um equipamento adquirido que é um custo passado e, portanto, irrelevante. Os custos fixos podem não ser irrecuperáveis (futuros), mas ser irrelevantes. Neste caso cita-se como exemplo o salário do presidente da companhia, se ainda não tiver terminado o mês, esta despesa não foi passada, ela será futura, pois ainda não ocorreu, porém ela não mudará seja qual for à alternativa. No caso do salário de um supervisor que depende de uma ação tomada, 63 para ser demitido ou mantido na empresa, têm-se um custo não irrecuperável (futuro) e relevante, pois implica diferenças entre alternativas de ações. Observe o quadro 6:

QUESTÃO CERTA: Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, capacitação de mão de obra e fixação da marca são exemplos de dispêndios em custos irrecuperáveis ou sunk-costs.

“Os investimentos em pesquisa e capacitação de mão de obra e branding (divulgação da marca) não podem ser recuperados (diferentemente de uma máquina comprada, por exemplo, que pode ser vendida no mercado). Uma vez realizados estes gastos, a firma não pode negociar no mercado os gastos que ela fez com fixação de marca, pesquisa e capacitação. Não tem como ela vender isso no mercado. Por isso, dizemos que tais custos são irrecuperáveis.”