QUESTÃO ERRADA: A razão da dívida pública pelo PIB, também conhecida como coeficiente de endividamento, mede a dinâmica do nível da dívida de determinado país em relação à evolução da economia dos países fronteiriços.
O PIB refere-se à situação interna do país, ele é um indicador útil para medir o crescimento de um país ao longo dos anos. Dessa forma não possuí relação com países fronteiriços. O coeficiente de endividamento mede a razão da dívida pública pelo PIB. Em relação aos países fronteiriços, pode até haver uma comparação de dívidas pelo PIB, mas o cálculo em si não tem nada a ver com outro país.
QUESTÃO CERTA: No contexto da política fiscal, pode-se sintetizar a matemática dos déficits e da dívida pública para acompanhar a evolução da razão dívida/PIB da seguinte forma:
Aqui, as taxas são obtidas pela aproximação
Bt = dívida pública no final do ano t;
Yt = produto interno bruto (PIB) do ano t;
r = taxa real de juros;
g = taxa de crescimento do PIB;
Gt = montante de gastos do governo com bens e serviços durante o ano t;
Tt = impostos menos transferências durante o ano t.
Dessa forma, é correto afirmar que: menor será a razão dívida/PIB final quanto maior for g em relação a r.
Solução: A equação pode parecer bem complicada, mas em resumo apenas mostra a trajetória de crescimento da dívida pública em relação ao PIB.
O crescimento do PIB, medido pela taxa “g” faz a relação dívida pública/PIB diminuir; por outro lado, a taxa real de juros “r” faz a relação dívida pública/PIB aumentar.
Portanto, a relação dívida/PIB tende a cair se g > r, pois o PIB estará crescendo mais rápido do que a Dívida Pública. As demais alternativas fazem a dívida crescer mais rápido do que o PIB.
Para resolver a questão, teria que analisar a expressão (r-g).
Quando g>r teremos um número negativo.
Como este fator está multiplicando a razão dívida/PIB final, o resultado também será negativo.
QUESTÃO CERTA: A equação que expressa a restrição orçamentária do governo é dada por
Onde B é o estoque da dívida pública; r é a taxa de juros real; G é o gasto do governo; T é a tributação; e t e t-1 indicam, respectivamente, o período corrente e o passado.
Neste caso, se dividirmos a equação pelo PIB (Produto Interno Bruto), então podemos afirmar que: O crescimento da relação dívida-PIB é menor quanto maior for o crescimento do PIB.
Em uma divisão, sempre o resultado fica menor quanto mais se aumenta o denominador. Nesse caso, o denominador é o PIB, quanto maior o PIB, menor o resultado da divisão, da relação dívida-PIB. (Dívida / PIB). Quanto maior o PIB, ceteris paribus, menor a relação dívida/PIB.
QUESTÃO CERTA: Para que seja mantida a dívida constante como proporção do PIB, quanto maior é o crescimento da economia, menor será a necessidade de gerar superávits primários.
Para manter constante a relação dívida/PIB, dívida e PIB devem crescer na mesma proporção. Se o PIB apresentar forte crescimento, a dívida poderá crescer a taxas elevadas também. Se a dívida pode crescer a taxas elevadas, é menor a necessidade de gerar superávits primários.
Como uma razão dívida/PIB alta pode ser reduzida?
As principais maneiras de reduzir uma dívida alta são:
a) geração de superávits primários superiores àqueles que estabiliza a dívida;
b) elevação das taxas de crescimento do PIB;
c) inflacionar a economia;
d) venda de ativos do governo para resgatar a dívida;
e) default explícito.
QUESTÃO CERTA: Considere que a condição de equilíbrio da relação Dívida Pública/PIB, seja igual a fórmula:
h = d . [(i – y) / (1 + y)] – s
Onde:
h = superávit primário do setor público, expresso como proporção do PIB
d = relação Dívida Pública/PIB
y = taxa de variação nominal do PIB
i = taxa nominal de juros
s = relação de senhoriagem/PIB
Essa fórmula indica que, em termos algébricos, o superávit primário como proporção do PIB, requerido para estabilizar a relação dívida/PIB, é uma função: direta da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função inversa do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem/PIB.
Realmente o superávit primário tem relação direta com a dívida/PIB:
1) significa que a política fiscal está ajustada, uma vez que havendo superávit primário quer dizer que o governo economizou nos gastos para pagamento da dívida, diminuindo a mesma e afetando a relação dívida/PIB.
Por outro lado, a relação superávit primário e crescimento nominal são diametralmente opostas pela razão abaixo:
2) A redução do superávit primário ao contrário do que muitos pensam é uma medida necessária para estimular o crescimento econômico. Visa permitir ao governo expandir seus investimentos, gerando um impacto expansionista sobre o produto (coeteris paribus). Com isto a relação dívida/PIB cairia, uma vez que o PIB aumentaria substancialmente, o que possibilitaria queda dos juros reais, e que, por sua vez, estimularia mais ainda a expansão do produto.
QUESTÃO CERTA: Uma situação de insustentabilidade do endividamento público pode ser instaurada caso o mercado considere insuficientes os superávits primários obtidos pelo governo para estabilizar a relação entre a dívida pública e o PIB.
Caso o mercado considere que o poder público não esteja fazendo esforço suficiente para ter saúde fiscal, os investidores podem deixar de emprestar dinheiro para o governo, resultando na insustentabilidade da rolagem da dívida (que é refinanciada com nova dívida). Estamos numa situação bem parecida no Brasil atual: o governo opera em déficit, aumentando a cada ano sua dívida, e tendo que fazer novas dívidas cada vez maiores para refinanciar o principal e os juros. Devido a tamanho descontrole fiscal, o Tesouro tem que cooptar dinheiro cada vez à maiores taxas de juros, pois os investidores estarão correndo um risco maior. Isso resulta num efeito cascata que vai, aos poucas, tornando cada vez mais insustentável o refinanciamento da dívida pública. Contudo, com a PEC do Teto, os investidores estão um pouco mais tranquilos ao escolherem colocar dinheiro no governo federal.
QUESTÃO ERRADA: Quando a taxa de crescimento da economia e o déficit primário aumentam, ocorre um aumento inequívoco da razão (dívida pública/PIB), a qual mensura a magnitude da dívida em relação ao tamanho da economia.
A mensuração da dívida pública aumentará em razão do incremento do déficit nominal onde estão incluídos os juros.