O Que É Relação Dívida PIB? (Como Calcular e Exemplos)

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Última Atualização 23 de março de 2021

QUESTÃO ERRADA: A razão da dívida pública pelo PIB, também conhecida como coeficiente de endividamento, mede a dinâmica do nível da dívida de determinado país em relação à evolução da economia dos países fronteiriços.

O PIB refere-se à situação interna do país, ele é um indicador útil para medir o crescimento de um país ao longo dos anos. Dessa forma não possuí relação com países fronteiriços. O coeficiente de endividamento mede a razão da dívida pública pelo PIB. Em relação aos países fronteiriços, pode até haver uma comparação de dívidas pelo PIB, mas o cálculo em si não tem nada a ver com outro país.

QUESTÃO CERTA: No contexto da política fiscal, pode-se sintetizar a matemática dos déficits e da dívida pública para acompanhar a evolução da razão dívida/PIB da seguinte forma:

Aqui, as taxas são obtidas pela aproximação , todas as variáveis estão em termos reais e t indica o tempo: ano t. Também:

Bt = dívida pública no final do ano t;

Yt = produto interno bruto (PIB) do ano t;

r = taxa real de juros;

g = taxa de crescimento do PIB;

Gt = montante de gastos do governo com bens e serviços durante o ano t;

Tt = impostos menos transferências durante o ano t.

Dessa forma, é correto afirmar que: menor será a razão dívida/PIB final quanto maior for g em relação a r.

Solução: A equação pode parecer bem complicada, mas em resumo apenas mostra a trajetória de crescimento da dívida pública em relação ao PIB.

O crescimento do PIB, medido pela taxa “g” faz a relação dívida pública/PIB diminuir; por outro lado, a taxa real de juros “r” faz a relação dívida pública/PIB aumentar.

Portanto, a relação dívida/PIB tende a cair se g > r, pois o PIB estará crescendo mais rápido do que a Dívida Pública. As demais alternativas fazem a dívida crescer mais rápido do que o PIB.

Para resolver a questão, teria que analisar a expressão (r-g).

Quando g>r teremos um número negativo.

Como este fator está multiplicando a razão dívida/PIB final, o resultado também será negativo.

QUESTÃO CERTA: A equação que expressa a restrição orçamentária do governo é dada por

Onde B é o estoque da dívida pública; r é a taxa de juros real; G é o gasto do governo; T é a tributação; e t e t-1 indicam, respectivamente, o período corrente e o passado.

Neste caso, se dividirmos a equação pelo PIB (Produto Interno Bruto), então podemos afirmar que: O crescimento da relação dívida-PIB é menor quanto maior for o crescimento do PIB.

Em uma divisão, sempre o resultado fica menor quanto mais se aumenta o denominador. Nesse caso, o denominador é o PIB, quanto maior o PIB, menor o resultado da divisão, da relação dívida-PIB. (Dívida / PIB). Quanto maior o PIB, ceteris paribus, menor a relação dívida/PIB.

QUESTÃO CERTA: Para que seja mantida a dívida constante como proporção do PIB, quanto maior é o crescimento da economia, menor será a necessidade de gerar superávits primários.

Para manter constante a relação dívida/PIB, dívida e PIB devem crescer na mesma proporção. Se o PIB apresentar forte crescimento, a dívida poderá crescer a taxas elevadas também. Se a dívida pode crescer a taxas elevadas, é menor a necessidade de gerar superávits primários.

Como uma razão dívida/PIB alta pode ser reduzida?

As principais maneiras de reduzir uma dívida alta são: 

a) geração de superávits primários superiores àqueles que estabiliza a dívida; 

b) elevação das taxas de crescimento do PIB;

c) inflacionar a economia; 

d) venda de ativos do governo para resgatar a dívida; 

e) default explícito. ​

QUESTÃO CERTA: Considere que a condição de equilíbrio da relação Dívida Pública/PIB, seja igual a fórmula:

h = d . [(i – y) / (1 + y)] – s

Onde:

h = superávit primário do setor público, expresso como proporção do PIB

d = relação Dívida Pública/PIB

y = taxa de variação nominal do PIB

i = taxa nominal de juros

s = relação de senhoriagem/PIB

Essa fórmula indica que, em termos algébricos, o superávit primário como proporção do PIB, requerido para estabilizar a relação dívida/PIB, é uma função: direta da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função inversa do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem/PIB.

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Realmente o superávit primário tem relação direta com a dívida/PIB:

1) significa que a política fiscal está ajustada, uma vez que havendo superávit primário quer dizer que o governo economizou nos gastos para pagamento da dívida, diminuindo a mesma e afetando a relação dívida/PIB.

Por outro lado, a relação superávit primário e crescimento nominal são diametralmente opostas pela razão abaixo:

2) A redução do superávit primário ao contrário do que muitos pensam é uma medida necessária para estimular o crescimento econômico. Visa permitir ao governo expandir seus investimentos, gerando um impacto expansionista sobre o produto (coeteris paribus). Com isto a relação dívida/PIB cairia, uma vez que o PIB aumentaria substancialmente, o que possibilitaria queda dos juros reais, e que, por sua vez, estimularia mais ainda a expansão do produto.

QUESTÃO CERTA: Uma situação de insustentabilidade do endividamento público pode ser instaurada caso o mercado considere insuficientes os superávits primários obtidos pelo governo para estabilizar a relação entre a dívida pública e o PIB.

Caso o mercado considere que o poder público não esteja fazendo esforço suficiente para ter saúde fiscal, os investidores podem deixar de emprestar dinheiro para o governo, resultando na insustentabilidade da rolagem da dívida (que é refinanciada com nova dívida). Estamos numa situação bem parecida no Brasil atual: o governo opera em déficit, aumentando a cada ano sua dívida, e tendo que fazer novas dívidas cada vez maiores para refinanciar o principal e os juros. Devido a tamanho descontrole fiscal, o Tesouro tem que cooptar dinheiro cada vez à maiores taxas de juros, pois os investidores estarão correndo um risco maior. Isso resulta num efeito cascata que vai, aos poucas, tornando cada vez mais insustentável o refinanciamento da dívida pública. Contudo, com a PEC do Teto, os investidores estão um pouco mais tranquilos ao escolherem colocar dinheiro no governo federal.

QUESTÃO ERRADA: Quando a taxa de crescimento da economia e o déficit primário aumentam, ocorre um aumento inequívoco da razão (dívida pública/PIB), a qual mensura a magnitude da dívida em relação ao tamanho da economia.

A mensuração da dívida pública aumentará em razão do incremento do déficit nominal onde estão incluídos os juros.