Última Atualização 13 de janeiro de 2021
O OA-DA ou Modelo oferta agregada/demanda agregada é um modelo macroeconômico que explica o nível de preços e a produção através da relação entre a demanda agregada e a oferta agregada. Baseia-se na teoria de John Maynard Keynes apresentada em sua obra A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda.
O modelo demanda agregada/oferta agregada, ou DA/OA, pode ser usado para ilustrar a Lei de Say e a Lei de Keynes. A Lei de Say afirma que a oferta cria sua própria demanda; A Lei de Keynes afirma que a demanda cria sua própria oferta.
Dê uma olhada no gráfico DA/OA abaixo. Observe que a curva de oferta agregada de curto prazo, ou OACP, é dividida em três zonas: a zona keynesiana, a zona neoclássica e a zona intermediária.
vamos focar primeiro na zona keynesiana, a porção da curva OACP na extrema esquerda que é relativamente plana. Se a curva de demanda agregada, ou DA, cruza esta porção da curva OACP—como faz no ponto de equilíbrio EK—podemos fazer certas suposições sobre a situação econômica. Na zona keynesiana, o nível de equilíbrio do produto interno bruto real, PIB, está muito abaixo do PIB potencial. A economia está em recessão e o desemprego cíclico é alto. Se a demanda agregada se deslocar para a direita ou para a esquerda na zona keynesiana, ela determinará o nível de produção resultante e, portanto, o desemprego. No entanto, a pressão da inflação de preços não é bem uma preocupação na zona keynesiana dado que o nível de preços não varia muito nesta zona.
Em seguida, examinaremos a zona neoclássica da curva OACP, que é a porção quase vertical do lado direito. Se a curva DA atravessa esta porção da curva OACP onde a produção está no PIB potencial ou próximo dele—como faz no ponto de equilíbrio En—então o tamanho do PIB potencial praticamente determina o nível de produção na economia. Uma vez que o equilíbrio está próximo do PIB potencial, o desemprego cíclico é baixo nesta economia, embora o desemprego estrutural possa continuar a ser um problema. Na zona neoclássica, os deslocamentos da demanda agregada para a direita ou para a esquerda têm pouco efeito sobre o nível de produção ou emprego. A única maneira de aumentar o tamanho do PIB real na zona neoclássica é se a oferta agregada se deslocar para a direita. Deslocamentos na demanda agregada na zona neoclássica, no entanto, criarão pressões para alterar o nível de preços.
Finalmente, vamos olhar para a zona intermediária
Dividindo a curva SRAS em diferentes zonas, como fizemos acima, funciona como um teste de diagnóstico que pode ser aplicado a uma economia — semelhante a um médico verificando os sintomas de um paciente. Primeiro, descubra em qual zona economia está em e, em seguida, use essa informação para compreender questões econômicas, compensações e decisões políticas.
Alguns economistas acreditam que a economia está fortemente predisposta a estar em uma zona ou outra. Os economistas keynesianos de linha dura acreditam que as economias estão na zona keynesiana na maior parte do tempo; eles veem a zona neoclássica como uma abstração teórica. Por outro lado, os economistas neoclássicos de linha dura argumentam que as economias estão na zona neoclássica a maior parte do tempo e que a zona keynesiana é uma distração.
QUESTÃO CERTA: Um deslocamento positivo para a esquerda da curva de oferta agregada com inclinação positiva indica que a produção industrial aumentará, mantendo-se determinado nível de preços.
QUESTÃO ERRADA: Considerando os principais resultados da teoria keynesiana e do modelo IS–LM, julgue o próximo item. O aumento do salário mínimo, em um modelo com câmbio flutuante, afeta positivamente o produto de equilíbrio da economia.
Salário mínimo provoca distorções na economia, nunca que um aumento poderia afetar positivamente o produto de equilíbrio da economia.
A explicação pode ser comprovada pelo modelo OA-AD: Ao se aumentar os salários, isso implica em alterar a curva OA para cima e para esquerda. Ou seja: indo para cima ocasionará o aumento do preço de equilíbrio, e indo para esquerda reflete na redução da renda/produto de equilíbrio (Y).
QUESTÃO CERTA: No modelo IS–LM com oferta e demanda agregadas, a curva de oferta agregada desloca-se com o aumento do salário nominal, o que gera como resultado o aumento do nível de preços e a redução da renda de equilíbrio.
A curva OA, no modelo OA-AD, representa o mercado de trabalho, nele compreendido os salários nominais, que são rígidos no curto prazo.
Ao se aumentar os salários, isso implica em alterar a curva OA para cima e para esquerda. Ou seja: indo para cima ocasionará o aumento do preço de equilíbrio, e indo para esquerda reflete na redução da renda de equilíbrio (Y).
QUESTÃO CERTA: No modelo de oferta agregada e demanda agregada, o nível de preços é rígido para que as análises de estatística comparativa possam ser realizadas.
Não, não é rígido. No modelo OA-DA, comparamos uma situação anterior com uma situação posterior, ou seja, o preço anterior com o posterior. A mudança dos preços é um dos objetos de observação.
QUESTÃO ERRADA: No regime de câmbio flutuante, a expansão do salário nominal não é capaz de afetar o produto de equilíbrio da economia.
Isto acontece porque o aumento de salário (w) faz os preços aumentarem (na análise OA-DA, a curva OA vai para a esquerda, aumentando os preços).
O aumento de preços, por sua vez, reduz a oferta real de moeda (M/P), fazendo com que a curva LM vá para a esquerda. Relembremos uma passagem – já trazida nos comentários da questão 37 – de Macroeconomic Theory, THOMAS SARGENT, página 61:
“An increase in the money wage (the Keynes effect): An increase in w causes the LM curve to shift to the left… ”
Na prática, então, o aumento de salário nominal pode ser comparado a uma política monetária restritiva (que desloca a curva LM para a esquerda). Nós sabemos que, no regime cambial flutuante, a política monetária é eficaz para alterar o produto. Sendo assim, a questão é errada.
Gabarito: Errado