Última Atualização 22 de março de 2021
QUESTÃO CERTA: Keynes demonstrou a existência teórica de desemprego involuntário.
A teoria de Keynes é baseada no princípio de que os consumidores aplicam as proporções de seus gastos em bens e poupança, em função da renda. Quanto maior a renda, maior a porcentagem desta é poupada. Assim, se a renda agregada aumenta em função do aumento do emprego, a taxa de poupança aumenta simultaneamente; e como a taxa de acumulação de capital aumenta, a produtividade marginal do capital reduz-se, e o investimento é reduzido, já que o lucro é proporcional à produtividade marginal do capital. Então ocorre um excesso de poupança, em relação ao investimento, o que faz com que a demanda (procura) efetiva fique abaixo da oferta e assim o emprego se reduza para um ponto de equilíbrio em que a poupança e o investimento fiquem iguais. Como esse equilíbrio pode significar a ocorrência de desemprego involuntário em economias avançadas (onde a quantidade de capital acumulado seja grande e sua produtividade seja pequena), Keynes defendeu a tese de que o Estado deveria intervir na fase recessiva dos ciclos econômicos com sua capacidade de imprimir moeda para aumentar a procura efetiva através de déficits do orçamento do Estado e assim manter o pleno emprego. É importante lembrar que Keynes nunca defendeu o carregamento de déficits de um ciclo econômico para outro, nem muito menos operar orçamentos deficitários na fase expansiva dos ciclos.
Para Keynes, o nível de emprego é determinado pelo mercado de produtos, através da demanda efetiva (composta por gastos com investimento e consumo), e não no próprio mercado de trabalho. Isto é, ao contrário dos clássicos, para quem o produto dependia do emprego, para Keynes, é o emprego que depende do produto. Dada esta ideia principal – a de que o mercado de trabalho é determinado pelo mercado de bens, o qual depende da demanda efetiva -, Keynes define que o desemprego involuntário acontece quando, dado um certo aumento dos preços, tanto a oferta de mão-de-obra como a demanda por trabalho sob determinado salário nominal aumentam mais que o volume de emprego disponível. Neste sentido, para Keynes, o que faz com que o desemprego seja involuntário é justamente o fato de que seus postos de trabalho não são um fim em si mesmo, mas sim motivados por um outro mercado, o de bens e serviços. Assim, numa situação de desequilíbrio, mesmo que a massa de trabalho aceitasse ter seus salários nominais reduzidos, é possível que não houvesse postos de trabalho o suficiente para todos.
QUESTÃO CERTA: Os adeptos da teoria keynesiana, utilizada para embasar as políticas econômicas de combate ao desemprego, defendem o uso das políticas monetária e fiscal para regular a demanda agregada.
A teoria keynesiana atribui às oscilações da demanda agregada a causa das crises. Desse modo, a coordenação via políticas monetárias e fiscais permitiria o combate ao desemprego e o crescimento do produto.
QUESTÃO CERTA: Na teoria geral do emprego, Keynes refuta a noção de pleno emprego ao admitir que os salários nominais são rígidos e o desemprego é involuntário o que, dado um baixo nível de demanda agregada, pode levar à recessão econômica.
De acordo com a teoria neoclássica, todos os preços, incluindo os salários, seriam flexíveis, de modo que reduções de demanda seriam seguidas por quedas sucessivas dos preços que manteriam o mercado equilibrado. A teoria keynesiana, por outro lado, ao supor rigidez dos salários nominais, admitiu que as reduções de preços em virtude da queda da demanda agregada poderiam inviabilizar a produção (deflação).
O argumento central de A Teoria Geral é que o nível de emprego é determinado não pelos preços do trabalho como na , mas pelos gastos em dinheiro (). Ele argumenta que é errado assumir que mercados irão, no longo prazo, levar ao pleno emprego ou que o pleno emprego é o estado de equilíbrio natural de uma economia monetária. Pelo contrário, sub-emprego e sub-investimento são provavelmente um estado natural a menos que medidas ativas sejam tomadas. Uma implicação de A Grande Teoria é que a falta de não é o problema fundamental e que medidas para reduzir o desemprego pelo corte de salários não são apenas insensíveis mas também ineficazes.